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CADA UM TEM A GÊMEA QUE MERECE – ruim é pouco

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Adam Sandler é conhecido por ter filmes variados no currículo. Que ele sempre foi ator de comédia todo mundo sabe, mas de vez em quando ele consegue fazer filmes que fogem do absurdo, que conseguem um esboço de mensagem positiva para o público, como O Paizão (1999), Como Se Fosse A Primeira Vez (2004) e Eu Os Declaro Marido E… Larry (2007). Esses foram bem mais aceitos do que Zohan – o Agente Bom De Corte (2008), por exemplo, que gritava tosquices de uma ponta à outra

Com Cada Um Tem A Gêmea Que Merece Sandler não fez só um filme ruim, ele o fez duas vezes ao interpretar sua irmã gêmea, uma espécie de “Gentil Giant” feminina. O resultado é simplesmente inacreditável. Deixemos de lado o fato de que gêmeos de sexos diferentes são obrigatoriamente bivitelinos e, portanto, diferentes. Não é a precisão das informações que conta. Quando vemos Adam Sandler vestido de mulher, e é quase impossível dissociá-lo, já temos uma prévia da proposta do filme. Na verdade já a deduzimos muito bem. Apesar da idéia inicial ser interessante, a execução deixa a desejar. E digo interessante porque atores fazerem gêmeos não é nenhuma novidade. Logo, gêmeos de sexos diferentes, seria diferente. Seria um desafio dramático.

Outros já fizeram essa inversão de gênero no cinema. Robin Williams com a Mrs. Doubtfire no Uma Babá Quase Perfeita, Dustin Hoffman em Tootsie, Tony Ramos nos Se Eu Fosse Você 1 e 2. Mas a comédia de inversão de gênero precisa de grandes atores. Quem não lembra do trabalho espetacular dos rapazes da extinta série da Rede Globo Sexo Frágil (2004)? Wagner Moura, Bruno Garcia, Lázaro Ramos e Lúcio Mauro Filho arrancavam gargalhadas gostosas com suas personas femininas. E até a mais absurda delas, a Priscila de Lázaro Ramos, conseguia não ser ridícula. Era divertido.

O currículo do diretor Dennis Dugan não é reconhecido por filmes muito sérios. O clássico trash dos anos 90 O Pestinha foi dirigido por ele, por exemplo. Zohan – o Agente Bom De Corte também. O roteirista Steve Koren já fez melhor com Todo Poderoso e A Volta do Todo Poderoso e como produtor de Click. Nessa nova parceria o roteiro deixa a desejar porque é muito difícil se colocar no lugar de qualquer um dos personagens. Seja do irmão birrento que não quer a irmã por perto, seja a irmã que é desengonçada e sem noção, seja a esposa do irmão que tenta encontrar motivos pra fazer o marido aceitar a irmã do jeito que ela é. E a única cena que realmente instiga a platéia a continuar assistindo é quando um celular interrompe Al Pacino enquanto ele atua numa peça e ele responde com um trecho de O Poderoso Chefão.

Cada Um Tem A Gêmea Que Merece estreou bem no mundo, mesmo que não tenha estreado tão bem assim nos EUA, e os produtores acreditaram que o nome de Adam Sandler, que tem certa simpatia do público, seria o suficiente para o filme ser um sucesso. Monetariamente falando não foi. Para Hollywood, sucesso é um filme que ganha pelo menos três vezes seu custo de produção. As bilheterias apontam um longo caminho para recuperar os 79 milhões gastos nessa campanha. E quanto à crítica, bem, já ficou redundante dizer que o filme é ruim. Nem a presença do Poderoso Chefão Al Pacino salva. É um filme que com certeza vai arrecadar muitos prêmios. Framboesa de Ouro, claro.

Confira o trailer de Cada um tem a Gêmea que Merece.

Clique aqui para assistir o vídeo inserido.

 

 

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